Sete em cada dez brasileiros ainda jogam remédio no lixo
Entre os principais fármacos que causam impacto ambiental estão antibióticos, hormônios, analgésicos, anti-inflamatórios, antidepressivos e anticonvulsivantes
Descarte irregular de medicamentos é prejudicial ao Meio Ambiente
Você sabia que cerca de 14 mil toneladas de medicamentos perdem a validade todos os anos no Brasil, segundo relatório da Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado Federal? Apesar disso, uma pesquisa do Conselho Federal de Farmácia (CFF), realizada em parceria com o Instituto Datafolha, aponta que 70% da população ainda descarta esse tipo de resíduo de maneira incorreta — no lixo comum ou no vaso sanitário.
O resultado desse hábito representa graves riscos ambientais e à saúde pública, como alerta Adriana Nascimento, professora do curso de Farmácia do UniBH - integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil, o Ecossistema Ânima. Segundo a especialista, ao serem descartados de forma inadequada, os medicamentos liberam substâncias químicas ativas que podem contaminar o solo, rios, lagos e lençóis freáticos, além de expor trabalhadores da coleta e reciclagem a substâncias tóxicas. “Esses compostos permanecem ativos por longos períodos e alteram o metabolismo de organismos vivos, interferindo nos ciclos naturais e desequilibrando o ecossistema”, afirma.
Entre os principais fármacos que causam impacto ambiental estão antibióticos, hormônios, analgésicos, anti-inflamatórios, antidepressivos e anticonvulsivantes. A presença desses resíduos no meio ambiente pode provocar um problema ainda mais preocupante: a resistência bacteriana. “Quando antibióticos são descartados inadequadamente, podem tornar bactérias presentes no ambiente resistentes, o que traz sérios riscos à saúde da população”, explica.
Ainda de acordo com a docente, além do comportamento inadequado da maioria dos brasileiros, a falta de orientação e de pontos de coleta acessíveis agrava o cenário. “Ainda faltam campanhas educativas e infraestrutura adequada, especialmente em cidades pequenas e áreas rurais”, aponta.








