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Herpes Zoster em crianças: o que pais devem saber e o que esperar da vacina

Doença foi um dos assuntos debatidos por médicos durante Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia

Atualizado em 08/09/2025 às 20:09, por Jaqueline Falcão.

Herpes Zoster em crianças: o que pais devem saber e o que esperar da vacina

Apesar de ser mais conhecido como um problema de adultos e idosos, o herpes zoster, também chamado de "cobreiro", pode sim afetar crianças, inclusive as saudáveis. O alerta é da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que reforça a importância de vigilância e atendimento médico, mesmo diante de um quadro que geralmente é mais leve nos pequenos. O tema foi discutido durante o 78º Congresso da SBD, que ocorreu entre os dias 3 e 6 de setembro, no Rio de Janeiro.
 

"O herpes zoster é decorrente da reativação do vírus da varicela, o mesmo da catapora. A vacinação contra a varicela reduziu significativamente os casos, mas ainda assim a infecção pode surgir em crianças, especialmente naquelas com baixa imunidade", explica Dra. Elisa Fontenelle, médica dermatologista da SBD.
 

Nos adultos, o herpes zoster é frequentemente doloroso, mas em crianças ele pode ser assintomático ou apresentar apenas sinais leves. As lesões cutâneas são o sintoma mais evidente.
 

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"Ele pode começar com dor ou coceira em uma área localizada. Nas crianças, muitas vezes não há febre ou outros sintomas além das lesões de pele. Essas lesões geralmente se manifestam como pequenas bolhas agrupadas sobre uma área avermelhada, muitas vezes no tronco ou rosto, e quase sempre restritas a um lado do corpo”, ressalta Dra. Elisa
 

Mesmo quando o quadro é brando, é essencial buscar avaliação médica. "O dermatologista deve ser procurado sempre que forem observadas essas lesões, pois podem ocorrer complicações, como infecções bacterianas secundárias ou cicatrizes. A dor intensa, característica nos adultos, é rara nos pequenos, mas isso não elimina a necessidade de acompanhamento, principalmente em casos de crianças imunossuprimidas”, relata.
 

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Vacina contra o Herpes Zoster

Atualmente, o Brasil já conta com uma nova vacina recombinante altamente eficaz contra o herpes zoster, mas ela não é indicada para crianças.
 

"A nova vacina chegou ao Brasil em 2022, substituindo a antiga de vírus vivo atenuado, que foi descontinuada nos Estados Unidos em 2020. Além de ter uma eficácia muito superior, ela reduz também o risco de nevralgia pós-herpética, uma dor crônica e debilitante causada pela lesão do nervo", explica a médica dermatologista da SBD Dra. Jane Tomimori.
 

Ao contrário da antiga, que usava vírus vivo atenuado, a nova é uma vacina de subunidade recombinante, o que a torna mais segura, inclusive para pessoas imunossuprimidas.
 

"Ainda não está indicada para gestantes nem para crianças, mas é um grande avanço para os adultos e idosos, especialmente os que vivem com condições que afetam o sistema imunológico", reforça a dermatologista.
 

Um dos grandes destaques da vacina, segundo Dra. Jane, é a durabilidade da resposta imunológica. "Um estudo americano com seguimento de 10 anos, mostrou que os níveis de anticorpos se mantem até cinco vezes em relação ao pré-vacinal", afirma.
 

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Prevenção  

Embora ainda não exista uma vacina específica para herpes zoster infantil, a vacinação contra a varicela, presente no calendário infantil brasileiro, continua sendo a principal forma de prevenção indireta.
 

"Manter a vacinação em dia é fundamental. E diante de qualquer lesão de pele incomum, especialmente em faixa única e com bolhas, os pais devem buscar o dermatologista", orienta Dra. Elisa Fontenelle.