Dia Mundial da DPOC reforça alerta sobre avanço do tabagismo e necessidade de diagnóstico precoce
O uso crescente dos cigarros eletrônicos (vapes) é preocupante, dizem especialistas
Tabagismo é fator de risco para DPOC
No mês em que se celebra o Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), especialistas reforçam o alerta para o avanço do tabagismo no Brasil e a importância do diagnóstico precoce da doença, que afeta mais de 300 milhões de pessoas no mundo. A DPOC, resultado da combinação de bronquite crônica e enfisema pulmonar, é caracterizada pela obstrução persistente das vias aéreas e já figura entre as principais causas de morte no país e no mundo.
Segundo o pneumologista Dr. Roberto Stirbulov, coordenador da comissão de DPOC da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), sintomas como tosse frequente, falta de ar e produção de catarro seguem sendo negligenciados, o que dificulta a detecção precoce. Ele destaca ainda que as exacerbações — crises agudas da doença — têm impacto direto na piora clínica. Para o especialista, “uma exacerbação moderada a grave dobra o risco de infarto do miocárdio e aumenta em mais de duas vezes o risco de morte nos cinco anos seguintes”.
O cenário se agrava com o aumento de 25% no número de fumantes registrado no Brasil em 2024, segundo o Ministério da Saúde, revertendo uma década de queda. O tabagismo é o principal fator de risco para o desenvolvimento da DPOC, que pode afetar até 7 milhões de brasileiros. Para Bernardo Maranhão, pneumologista e gerente médico da GSK, abandonar o cigarro e manter acompanhamento regular são medidas essenciais. Ele alerta que cerca de 70% dos pacientes desconhecem que têm a doença. “Esse dado do Ministério da Saúde sobre o aumento do número de fumantes nos preocupa demais, pois estamos indo na contramão. Esse número deveria regredir e não aumentar”, afirma.
Preocupação com o Vape
Um novo hábito preocupa os especialistas: o uso crescente dos cigarros eletrônicos (vapes), sobretudo entre adolescentes e jovens adultos. Roberto Stirbulov pontua que já há estudos que mostram que o vape contém substâncias tóxicas e potencialmente cancerígenas que podem causar inflamações e danos graves aos pulmões. “
O cigarro eletrônico não é uma alternativa segura.
Hábitos importantes para o controle da DPOC
Abandonar o cigarro e evitar exposição à fumaça e poluentes.
Praticar atividade física regularmente, respeitando as orientações médicas.
Manter as vacinas em dia, especialmente contra COVID-19, gripe e pneumonia, para reduzir o risco de complicações.
Seguir corretamente o tratamento prescrito, que pode incluir medicamentos inalatórios para melhorar a função pulmonar.
Adotar uma rotina saudável, com alimentação equilibrada e hidratação adequada.









