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Dante Pazzanese alerta para desafio no controle do colesterol LDL

Instituto de cardiologia renomado de São Paulo realizou importante estudo

Atualizado em 27/08/2025 às 12:08, por Jaqueline Falcão.

Dante Pazzanese alerta para desafio no controle do colesterol LDL

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC), ligado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, revelou um dado preocupante: a maioria dos pacientes com histórico de doenças cardíacas graves ainda não consegue atingir os níveis ideais de colesterol LDL (o chamado "colesterol ruim") mesmo fazendo uso de estatinas,  medicamentos amplamente utilizados para a redução do colesterol. O achado levanta um alerta sobre a eficácia dos protocolos atuais no controle da dislipidemia, alteração nos níveis de gordura no sangue, em pessoas com risco cardiovascular muito elevado.

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O estudo, publicado em abril deste ano na revista científica European Heart Journal – Acute Cardiovascular Care, avaliou o perfil lipídico (ou seja, os níveis de colesterol e outras gorduras no sangue) de 513 pacientes atendidos no pronto-socorro do IDPC com dor torácica aguda, um sintoma típico da síndrome coronariana aguda (SCA), que inclui quadros como o infarto do miocárdio e a angina instável.

Entre os pacientes analisados, 55% já tinham diagnóstico prévio de doença arterial coronariana (DAC), como obstrução das artérias do coração, histórico de angioplastia (procedimento para desobstrução das artérias) ou cirurgia de ponte de safena. Além disso, 63% já sabiam que tinham dislipidemia. Ainda assim, apenas 24% estavam com o colesterol LDL dentro da meta recomendada para pacientes de altíssimo risco: abaixo de 50 mg/dL. O valor médio encontrado foi de 78 mg/dL, mesmo com 90% dos pacientes em uso de estatinas.

Para os autores do estudo, o cenário evidencia uma desconexão entre o que preconizam as diretrizes internacionais e o que, de fato, ocorre na prática clínica.“Estamos falando de um público extremamente vulnerável a novos eventos cardiovasculares, e o controle inadequado do LDL pode custar vidas. Precisamos ser mais agressivos nas estratégias de redução do colesterol”, alerta o cardiologista Dr. Ítalo Menezes, um dos responsáveis pela pesquisa.

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Segundo ele, o uso de estatinas em dose máxima, a combinação com outros medicamentos redutores de colesterol e o acompanhamento sistemático dos níveis lipídicos devem ser adotados de forma mais ampla, especialmente em hospitais de referência como o IDPC.

“É preocupante ver que, mesmo em um hospital de excelência como o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, muitos pacientes ainda não atingem a meta. Isso reforça a necessidade de revisão dos protocolos e maior adesão às terapias combinadas", afirma o especialista.

O estudo conclui que, para melhorar os desfechos clínicos desses pacientes, é necessário ir além da simples prescrição de estatinas. Investir em educação médica continuada, monitoramento frequente e ampliar o acesso a medicamentos complementares são medidas essenciais — e potencialmente salvadoras.