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Artigo: Saúde mental masculina: Um alerta silencioso

Atualizado em 15/09/2025 às 17:09, por Jaqueline Falcão.

Artigo: Saúde mental masculina: Um alerta silencioso

Saúde mental masculina: Um alerta silencioso

*Paulo Yoo

Ainda há um longo caminho a percorrer quando o assunto é a saúde mental dos homens. O modelo tradicional de masculinidade que valoriza força, resistência emocional e aparente invulnerabilidade levou muitos a esconderem suas dores. Mas esse silêncio, cultivado por anos, hoje cobra um preço alto.

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Um estudo realizado pelo dr.consulta mostra que entre 2020 e 2025, as mulheres registraram 79.725 consultas de psicologia, representando 65,3% do total, enquanto os homens somaram 42.411 consultas (34,7%). Na psiquiatria, a diferença é ainda mais expressiva: foram 457.215 consultas realizadas por mulheres (66,9%) contra 225.531 por homens (33,1%). Possíveis razões para a busca médica ao invés da psicoterapia: soluções rápidas e medicamentosas, encaminhamentos pela rede de saúde, cultura e percepção de valor, questões de acesso e disponibilidade de agenda.
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É fundamental entender que a saúde mental é tão vital quanto a saúde física. No entanto, muitos dos fatores que comprometem o bem-estar dos homens ainda são subestimados ou encarados como “fraqueza”: estresse crônico, sedentarismo, alimentação desequilibrada e o consumo excessivo de álcool, cigarro e medicamentos. Esses hábitos, muitas vezes naturalizados ou até incentivados pela sociedade, causam um impacto profundo e acumulativo na saúde masculina.

 

[[OLHO: A predominância das mulheres em busca de acompanhamento em saúde mental não reflete apenas maior incidência de transtornos, mas também uma maior disposição a reconhecer problemas emocionais e buscar ajuda AUTOR: Paulo Yoo]]. Já os homens, muitas vezes, permanecem invisíveis nesse contexto, mesmo que exista sofrimento.

Dados do dr.consulta revelam que os transtornos mentais e comportamentais já representam 8,7% dos atendimentos em saúde, sendo a ansiedade responsável por 70% desses casos. Esses números acendem um alerta urgente: os homens estão adoecendo emocionalmente, mas ainda enfrentam resistência interna e externa para buscar ajuda.

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Diante desse cenário, é fundamental promover ações específicas voltadas ao público masculino para que eles entendam a necessidade de um acompanhamento assim como as mulheres. Além disso, é preciso reforçar o incentivo ao acompanhamento preventivo e regular, desconstruindo a ideia de que procurar ajuda é sinal de fraqueza. Pelo contrário, buscar apoio é um ato de coragem e responsabilidade consigo mesmo e com aqueles que convivem com o homem, seja na família, no trabalho ou em outros espaços sociais.

*Paulo Yoo é Diretor de Experiência e Programas de Saúde do dr.consulta